quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O Bom Nome - Jhumpa Lahiri



Qual a importância do nosso nome?
Será que seríamos pessoas diferentes se em vez do nome que temos, os nossos pais tivessem escolhido outro?
Será que um António seria diferente se se tivesse chamado Rodrigo?
Ou a Maria se se chamasse Alexandra?

Na índia existe o costume de se ter mais do que um nome.
O “Bom nome” é normalmente escolhido por um dos anciões da família e é aquele nome que vai aparecer em todos os documentos pessoais, nas listas telefónicas, em envelopes, diplomas, etc…. Depois existe o nome carinhoso, a alcunha, que a família adopta e que só utiliza dentro de casa. Ao longo da vida são vários os nomes que se vai tendo conforme se vai crescendo e sendo irmão mais velho de alguém, tio, pai, sobrinho, etc.…

E o que acontece se um casal indiano se muda para um país diferente, uma cultura diferente, novos amigos, sem terem o apoio da família e tendo-se conhecido apenas na altura do seu casamento?
“O Bom Nome” conta-nos a vida de um casal de indianos que parte para os Estados Unidos á procura de uma vida diferente. Ele é professor universitário e ela dona de casa.
Ficamos a conhecer os costumes indianos e as dificuldades que este casal tem para se adaptar a uma cultura tão diferente e ao mesmo tempo preservar os seus próprios usos e costumes.
Vamos acompanhá-los no nascimento e crescimento dos filhos e na luta por tentar mantê-los ligados á Índia e á sua cultura pois eles tornam-se cada vez mais americanos.
A complicação da escolha do nome do filho mais velho e de como isso o vai condicionar a vida toda. Ele não entende porque é que os pais escolheram aquele nome, principalmente porque é um nome russo e eles são indianos a viver nos Estados Unidos e não têm qualquer ligação com a Rússia. Quando o pai lhe tenta explicar o porquê da escolha ele fica impressionado com a razão da escolha mas não lhe dá a importância que o seu pai gostaria e por isso continua revoltado.
Quando finalmente resolve tomar uma atitude e mudar de nome, verifica que afinal uma decisão que parecia tão fácil se torna difícil pois para algumas pessoas ele vai continuar sempre o mesmo, vão continuar e tratá-lo pelo mesmo nome e apesar de ele se identificar com o novo nome não se sente tão confortável como esperava.

Jhumpa Lahiri nasceu em Londres, há 40 ano,s e agora vive em Nova Iorque.
Com a sua primeira obra, “Intérprete de Enfermidades”, ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção, o Pen/Hemingway e o prémio atribuído pelo New Yorker.
“O Bom Nome” é o seu primeiro romance e foi imediatamente adaptado para o cinema pela consagrada cineasta Mira Nair.

Não deixem de ler o livro e, depois, é obrigatório ver o filme para se deixarem inebriar pela cor e pelas magníficas interpretações.