quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Símbolo Perdido - Dan Brown


Mais um sucesso de vendas do escritor Dan Brown . Depois do Código da Vinci, Anjos e Demónios (já adaptados com imenso sucesso ao grande ecrã), A Conspiração e a Fortaleza Digital, o autor resolveu trazer-nos novamente o Professor Robert Langdon para mais uma emocionante aventura desenrolada num pequeno espaço de tempo.
Desta vez a trama desenvolve-se na cidade de Washington. O Professor é convidado à última hora para dar uma palestra na Capital dos Estados Unidos da América. Como o convite partiu, supostamente, do seu grande amigo e mentor Peter Solomon, Robert parte sem hesitar, longe de imaginar que surpresas lhe estavam reservadas.
Cinco símbolos Maçónicos convidam Robert a uma caça ao tesouro, um mistério ancestral guardado pelos maçons que supostamente traz conhecimento ilimitado a quem o possui.
Partindo do Capitólio, Robert vai ficar a conhecer túneis, passagens secretas, templos e câmaras ocultas que estão debaixo dos pés dos cidadãos de Washington.
Katherine Solomon dedicou-se ao estudo do domínio da mente sobre a matéria, ao elo que faltava entre a ciência moderna e o misticismo antigo. O seu irmão, Peter Solomon, construiu um laboratório secreto na cave do Museu Smithsonian, onde Katherine podia, em segredo continuar as suas investigações. Peter era um Maçom filantropo, guardião do maior segredo….
Não se pode dizer que Dan Brown inovou neste livro, a receita é a mesma dos outros dois best-sellers, mas a verdade é que o leitor vai ficar preso á trama.
Aqui fica uma boa sugestão para o Natal.
Um Santo e Feliz Natal, na companhia de quem mais amamos, sem nunca esquecer a verdadeira razão para este festejo: para mim é a renovação do amor e da esperança. Feliz Natal e Bom 2010

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O Aniversário de Astérix e Obélix - René Goscinny e Albert Uderzo


Foi lançado no dia 19 de Outubro o álbum de banda desenhada que assinala os cinquenta anos de duas figuras inesquecíveis: Astérix e Obélix, dois irredutíveis gauleses que nos fazem companhia desde 1959.
Ao longo de cerca de 33 livros acompanhamos os dois destemidos amigos em muitas aventuras que nos levam a conhecer a cultura e costumes de diversos países.
Goscinny e Uderzo retrataram o mundo numa pequena aldeia. Ali podemos encontrar inúmeras personagens inesquecíveis entre as quais o chefe da aldeia, o druida, o ferreiro, o peixeiro, as respectivas esposas e filhos, o bardo, os piratas, os romanos, os javalis e claro Idéiafix, o cão.
O humor dos livros é uma constante, tipicamente francês, cheio de trocadilhos e estereótipos, respeitando e traduzindo as características e costumes de cada povo em particular.
Apesar de algumas piadas serem recorrentes e comuns á maior parte das histórias, são obrigatórias e sempre refrescantes. Obélix está sempre a tentar beber um pouco da poção mágica que dá aos Gauleses uma força sobre-humana, os Romanos acabam invariavelmente por ser sovados, os piratas ficam sempre com o seu navio no fundo do mar, o bardo é sempre impedido de cantar e a aldeia gaulesa resiste ainda e sempre ao invasor.
Neste novo livro somos convidados para a festa de aniversário dos dois inseparáveis amigos, juntamente com todas as personagens que nos acompanharam ao longo destes cinquenta anos, nem o próprio César faltou aos festejos.
Não sendo um livro com uma história com princípio, meio e fim, é mais um álbum de “fotografias” revisto na companhia de velhos amigos onde se vai revivendo velhas histórias e relembrando velhas piadas e caricaturas.
Com 325 milhões de cópias vendidas e traduções em 107 línguas e dialectos (incluindo em Mirandês), Astérix é já considerado parte do património francês.
René Goscinny ajudou a criar outras personagens famosas, Lucky Luke, Iznougoud e o califa Harun Al Mofad. Em 1951 conheceu Albert Uderzo e juntos criaram Astérix, Obélix e mais de 400 personagens. Depois da morte de Goscinny, em 1977, Uderzo continuou a desenhar e a publicar novos álbuns de Banda Desenhada sem nunca retirar o nome do amigo das suas capas.
Espero que disfrutem da leitura e fica aqui uma sugestão para as prendas de Natal….

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Convite


Meus Queridos,

Há cerca de 3 anos fui a uma consulta de Astrologia. Procurava respostas para uma série de vazios que sentia.
A minha vida começou a mudar pois percebi qual o meu papel neste grãozinho do universo.
Está na hora de partilhar e por isso resolvi abrir o espaço Insights - Raios de Luz.
Convido-vos a assistirem a uma palestra sobre Astrologia, vão ver que é muito mais do que as previsões que se lêem por toda a imprensa.
A minha Amiga e Professora Michelle Fannon vai estar disponível para consultas de 4 a 6 de Setembro e vai conversar sobre Astrologia no dia 6 a partir da 15 horas.
Gostava de contar com a vossa presença e dos vossos amigos pois acredito que além de ser uma tarde bem passada todos vão ficar um pouco mais iluminados.

Conto convosco agradeço desde já que divulguem pelos vossos amigos.
Por favor confirmem a vossa presença por email, sms ou por telefone.
Gosto muito de vocês todos.
Bjs e abraços.

sábado, 25 de julho de 2009

SUL Viagens - Miguel Sousa Tavares


Desta vez não há desculpa: falta de tempo; os livros são grandes; gosto mais de aventuras do que de romances; esqueci o que estava a ler e não me apetece recomeçar; escolhi este livro pois penso que não há nada como um bom livro sobre viagens para as férias, as histórias são pequenas e lêem-se de uma assentada, ficando apenas a sensação de que soube a pouco e que ainda ficamos por lá … a viajar.
Miguel Sousa Tavares herdou de sua mãe, Sophia de Mello Breyner, o dom da escrita, ele próprio se intitula como sendo um contador de histórias, e é!
As nossas férias começam na Amazónia, a última fronteira por descobrir. Somos guiados numa viagem de sonho, ainda possível mas, cada vez mais longínquo devido á ambição do homem, que está a levar a floresta á sua destruição.
Do último paraíso na terra viajamos através do tempo, até civilização egípcia, parece que estamos há 5 mil anos atrás, nas margens do rio Nilo, ao visitarmos o Museu do Cairo e as pirâmides.
Damos um rápido salto a Goa para ver os traços deixados pelo nosso povo nessa terra tão distante e exótica, descansamos um pouco nas paradisíacas praias das ilhas de Cabo Verde, voltamos a casa para testemunhar a desertificação do Alentejo para logo em seguida partirmos para uma das maravilhas que se construíram mesmo aqui ao lado: Alhambra, a herança árabe entranha-se em nós e inspira-nos a partir para Marráquexe e seguimos o seu conselho, partindo rapidamente para a Costa do Marfim.
África entranha-se em nós e nunca mais nos larga. Em São Tomé e Príncipe percebemos onde o autor foi buscar a inspiração para a sua obra “Equador”. Mudamos de civilização e acordamos na Tunísia, onde o azul e o branco predominam e onde encontramos de tudo: praias, montanhas, desertos, cidades, aldeias berberes e templos romanos.
Quase a terminar, passeamos de Buggy pelos extensos areais de Natal e Fortaleza e visitamos a ilha de Guadalupe sentindo-nos um pouco como Cristóvão Colombo quando em 1493 a descobriu. A última etapa da viagem é feita pelo deserto do Sahara, vinte e oito dias de aventura na pista e Tamanrasset.
Vale a pena viajar pela mão deste jornalista que nos leva aos sítios e nos faz sentir como se de facto lá estivéssemos, partilhando as suas aventuras.
Boas férias.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

As Mensagens Escondidas na Água - Masaru Emoto

Tive a honra e o prazer de assistir, em Lisboa, ao 1º Congresso Internacional de Sincronização com o Planeta Terra.
Um dos conferencistas foi o Dr. Masaru Emoto.
Oriundo do Japão, onde nasceu em 1943, formou-se em Relações Internacionais e mais tarde em Medicinas Alternativas.
Ele veio explicar o seu trabalho e as suas descobertas e tentar com que nós mudássemos a nossa maneira de ser, pois tudo o que somos reflecte-se em tudo á nossa volta. Não só nas pessoas, nos animais e nas plantas mas também, e principalmente, na água.
Independentemente da nossa raça, do sítio onde nascemos, das nossas dificuldades e das nossas virtudes o que é que todos temos em comum?
Quando nascemos o nosso corpo é 90% composto por água e na idade adulta temos cerca de 70%. Se a percentagem de água do nosso corpo for inferior a 50% morremos, ou seja somos maioritariamente água.
Um dia o Dr. Emoto leu num livro. “Não há dois cristais de neve exactamente iguais.”, Facto que todos sabemos mas que o inspirou de que seria interessante congelar a água e observar e fotografar os cristais que se iriam formar. Demorou algum tempo até aperfeiçoar a técnica mas ao fim de alguns meses conseguiu. Nos seguimento das suas experiências resolveu observar a reacção da água quando exposta a mensagens positivas e a mensagens negativas. Os resultados foram assombrosos pois quando as mensagens eram positivas, os cristais formados eram belos e complexos, e quando as mensagens eram negativas, não se formavam cristais ou os cristais aparentavam imagens distorcidas.
Aconselho vivamente a leitura deste livro que, tal como o seu autor, é muito interessante, de fácil leitura e de certeza de inspiração divina, pois a mensagem toca-nos o coração e com certeza não teremos a mesma atitude perante a água depois de o lermos.
O Dr. Emoto abriu uma fundação com o objectivo de espalhar esta mensagens pelas crianças do mundo inteiro, pois se elas mudarem a sua atitude desde muito cedo, o mundo só pode caminhar para melhor.

A mensagem do Dr. Emoto resume-se em duas palavras/acções: AMOR e GRATIDÃO. Se fossem estes os sentimentos emanados por nós em todas as situações do dia-a-dia haveria de certeza uma revolução no mundo pois deixava de existir espaço para outros tipos de sentimentos menos bons.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

“Nós olhamos com perplexidade a parte mais alta da espiral de força que governa o Universo.
E a chamamos de Deus. Poderíamos dar qualquer outro nome: Abismo, Mistério, Escuridão Absoluta, Luz Total, Matéria, Espírito, Suprema Esperança, Supremo Desespero, Silêncio.
Mas nós a chamamos de Deus, porque só este nome - por razões misteriosas – é capaz de sacudir com vigor o nosso coração.
E, não resta dúvida, esta sacudida é absolutamente indispensável para permitir o contacto com as emoções básicas do ser humano, que sempre estão além de qualquer explicação ou lógica.”

Nikos Kazantzakis (Zorba, A Ultima Tentação de Cristo)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Anjos e Demónios - Dan Brown


Quem pensar que pode ver o filme e assim não precisa de ler o livro está a perder grande parte da história. Não vou dizer que o filme é mau pois estaria a mentir, os actores são de primeira linha, o cenário fantástico mas os pormenores interessantes de toda a trama são servidos tipo fast-food (rápidos e sem muitas explicações). Para mim um livro é como uma bela refeição preparada com muito amor e carinho que deve ser saboreada com o mesmo amor e carinho. O filme é só uma prova de sabor pois é impossível, em cerca de duas horas, apreciarmos todos os detalhes. Uma imagem vale mais do que mil palavras mas só quando é estática e se tem tempo para observar todos os ínfimos detalhes pormenorizadamente.

Este foi o primeiro romance do autor de “ O Código da Vinci” e, na opinião da crítica internacional, o melhor.

Há muito tempo que a ciência tenta explicar a criação do universo. Parece que o momento chegou. Um cientista é encontrado morto com um símbolo gravado a ferros no seu corpo. Robert Langdon é um professor de simbologia contactado para ajudar a decifrar o estranho desenho.

No Vaticano o Papa foi recentemente sepultado e o Colégio dos Cardeais está reunido para a eleição do novo Papa. Quatro Cardeais desaparecem e uma ameaça de bomba é feita aos alicerces da religião católica. Uma antiga Irmandade supostamente extinta reaparece para abalar a Igreja.

A Guarda Suiça conta com a ajuda do Professor Langdon e da cientista Victoria Vectra para encontrar o verdadeiro culpado por trás destes estranhos acontecimentos.

Muitas das personagens do livro foram reinventadas para o filme perdendo-se assim muita da riqueza da obra.

Dan Brown foi professor de inglês durante muitos anos antes de conseguir realizar o seu sonho de se tornar escritor. Filho de um matemático, cresceu rodado de livros de filosofia, ciência e religião o que contribuiu para a sua formação e para a elaboração das suas obras.

Estou certa de que “Anjos e Demónios” terá o mesmo sucesso literário e cinematográfico de “O Código da Vinci” mas apelo mais uma vez a que leiam o livro pois vale mesmo a pena, quanto mais não seja pela descrição do Vaticano dos seus rituais, leis e obras de arte.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Livro que Desceu do Céu - Ahmad ‘Abd al Waliliyy Vincenzo


Na capa do livro pode ler-se: “Um romance para se saber mais sobre o Islão”, o meu comentário podia ficar só por aqui pois esta simples frase explica e resumo o livro.

Para escrever este romance o autor inspirou-se em pessoas que viveram na época em que a religião Muçulmana surgiu, principalmente em Zayd, filho de Thãbit, que vivia no oásis de Iatrib no ano de 620 depois de Cristo.

Para quem, como eu, não percebia muito bem a religião Muçulmana, este livro é extremamente interessante pois passa-se no seu início e explica o quando e o porquê do seu surgimento.

Naquela altura, cristãos, hebreus e árabes tinham uma convivência semi-pacífica. O cristianismo ainda se estava a difundir; os árabes, ainda sedentários, passavam muito tempo a guerrear entre si a percorrer todos os centros de comércio com as suas caravanas. Os hebreus eram uma comunidade integrada e respeitada de comerciantes que dinamizavam as trocas comerciais.

O oásis de Iatrib era um ponto de repouso para as caravanas, uma autêntica cidade. Zayd vivia aí com a sua mãe e o seu irmão, apanhando e vendendo tâmaras aos beduínos. A mudança começa a surgir nos habitantes do oásis, que começam a voltar das peregrinações a Meca, com uma boa nova: o Profeta Muhammad, o enviado de Deus, está para chegar. A idolatria começa a ser banida e uma nova religião surge com base nos ensinamentos esquecidos do Profeta Abraão.

Quando Muhammad vai morar para Iatrib, o oásis passa a ser chamado de Medina al-Nabi (“a cidade do Profeta”). Tudo muda no dia-a-dia dos seus habitantes e a convivência pacífica entre eles começa a ficar tensa devido aos hipócritas que em nome da religião tentam tirar proveito da vinda do Profeta.

Zayd decora com facilidade tudo o que ouve acerca dos ensinamentos do profeta e mais tarde é convidado pelo próprio a escrevê-los, para que a mensagem possa chegar a mais sítios sem ser deturpada.

Toda a cultura árabe é explicada neste lindo romance que me desfez muitas dúvidas e que me ensinou um pouco mais sobre a tolerância e o respeito pela diferença, pois no fundo não somos assim tão diferentes, todos procuramos o amor do Pai e todos temos medo de O decepcionar, independentemente da religião que professamos.

 

“A verdadeira «guerra» do crente não se trava contra os eventuais inimigos exteriores, mas contra as piores tendências negativas da alma. O Islamismo, tal como o Hebraísmo e o Cristianismo, é sobretudo uma religião, um caminho para a união do Homem com Deus; apela á paz e ao conhecimento e não à guerra do Homem contra o Homem. De facto, segundo um ditado islâmico: «A tinta dos sábios é mais preciosa do que o sangue dos mártires».”

 

Ahmad ‘Abd al Waliliyy Vincenzo nasceu em Nápoles em 1961 e desde a sua juventude que se dedica ao estudo das ciências religiosas. Tendo-se convertido ao islamismo, foi um dos fundadores da Comunidade Religiosa Islâmica Italiana e é professor na Universidade Frederico II de Nápoles.

 

O Estranho Caso de Benjamin Button - F.Scott Fitzgerald


Francis Scott Fitzgerald nasceu a 24 de Setembro de 1896 em Saint Paul, Minnesota, Estados Unidos da América.

O seu romance mais conhecido é “O Grande Gatsby”. Publicou cerca de 160 contos, entre os quais “O estranho caso de Benjamin Button”. A inspiração para este conto esteve numa observação feita pelo seu colega e amigo Mark Twain de que era uma pena a melhor parte da vida ser no início e a pior no fim.

Assim nasceu Benjamin Button, um velho de setenta anos com todos os problemas e dores da velhice, que foi rejuvenescendo com o passar dos anos.

Este conto foi adaptado ao cinema, pela primeira vez posso dizer que gostei mais do filme do que do livro. A história é basicamente a mesma mas o filme tem mais enredo. Aqui Benjamin nasce bebé, e não adulto como no livro, sendo rejeitado pelo pai pois a sua aparência era grotesca. No livro ele é criado na casa da família, no filme ele é deixado á porta de um lar da terceira idade. Em comum estão as dificuldades de uma pessoa que cresce ao contrário e cujo corpo não corresponde ao seu cérebro. Fora dos padrões normais da sociedade, Benjamin tem poucos amigos, pois nem todos estão preparados para ver além das aparências.

Apesar de o livro retratar a sociedade do fim do século dezanove e de o filme se desenrolar durante o século vinte, pode-se dizer que as dificuldades continuam as mesmas neste início do século vinte e um, para quem não respeita os padrões normais instituídos.

Se não tiverem a oportunidade de ler o livro não deixem de ver o filme. Está cheio de boas lições e observações.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Marinheiro que perdeu as graças do mar - Yukio Mishima


Um querido amigo avisou-me de que este, apesar de ser um livro pequeno, não era um livro fácil.
Á primeira vista é uma linda história de amor, como tantas outras.
A senhora Fusako é uma viúva que reside em Yokohama. Dona da uma conceituada boutique, tem um filho, Noboru, de treze anos. Conhece e apaixona-se por um marinheiro.
Ryuji Tsukazaki é um marinheiro que se apaixona por uma viúva com um filho de treze anos.
Noboru cresceu sem pai e agora a mãe apaixonou-se e a casa onde moram tornou a ter um senhor, quem sabe um pai.
Pois, á primeira vista é assim, mas é incrível como um livro com cento e setenta páginas tem muito mais.
Ryuji Tsukazaki sempre se manteve distante de todos pois sempre achou que estava á espera de ser alguém, de fazer algo grandioso que o aproximasse de Deus, que fizesse com que ele se sentisse especial, se sentisse um herói. Surpreendentemente deu por si a abdicar do seu sonho, do seu modo de vida do seu amor pelo mar, da sua ânsia de se tornar um herói.
Noboru, como todas as crianças, sonha em ser um herói. Vive em contradição entre a criança que admira o marinheiro, pois ele já viveu aventuras que ele só se atreve a sonhar, e o adolescente que abomina a mediocridade de um homem que desistiu de uma vida de aventuras para ficar ao lado de uma mulher.
Como todos os adolescentes, faz parte de um grupo, onde todos obedecem ao Chefe, praticando actos de pura maldade que eles pensam quebrar com a cadeia de tabus sociais que condicionam os heróis.
Este livro faz-me pensar: será que não vivemos de forma insignificante e gratuita, ligados a uma série de tabus sociais que nos formatam e nos transformam em corpos sem alma?! Será que não procuramos em pequenos actos sem heroísmo, ser os heróis que nos disseram trazer significado á nossa vida?! Será que nos esquecemos de respeitar e amar o Deus que habita em nós e que ao deixar de ser importante se refugia bem dentro do nosso coração á espera de um simples raio de luz para se manifestar?!

Yukio Mishima, pseudónimo de Kimitake Hiraoka, nasceu em 1925 e morreu a 25 de Novembro de 1970, praticando o ritual japonês seppuku. Viveu a sua vida pautado pelas tradições militares e espirituais dos samurais, o seu idealismo está presente na sua obra.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Vencedor Está Só - Paulo Coelho


Não é a primeira vez, e espero sinceramente que não seja a última, que vos escrevo acerca de um livro publicado por este autor.
Paulo Coelho é actualmente um dos autores mais lidos pelo mundo fora. As suas obras foram traduzidas em mais de 67 idiomas e publicadas em mais de 150 países, tendo vendido milhões de exemplares.


Cannes, Festival de Cinema, 24 horas para recuperar um grande amor.


Olívia é uma portuguesa de sobrancelhas grossas que vende bijutaria feita pelos pais aos milhares de turistas que passeiam por ali devido ao Festival.


Gabriela é actriz. Ela tenta uma oportunidade no mundo do cinema. Percorre os inúmeros castings feitos por toda a cidade na altura do Festival.


Javits Wild é um poderoso distribuidor de filmes, dono de milhares de salas de cinema por todo o mundo, é dono de um império, conseguido de forma pouco clara eestá ali para fazer negócios durante o Festival.


Hamid Hussein, oriundo do Médio Oriente, tornou-se num dos estilistas mais famosos do mundo. Apesar de pertencer a um mundo diferente, ele entrou e triunfou no exclusivíssimo mundo da alta-costura que tem um dos seus momentos altos no Festival.


Maureen apostou tudo o que tinha na realização do seu filme. Agora só precisa de alguém que aposte no seu trabalho. Essa pessoa estará certamente no Festival.


Jasmine é uma supermodelo, cobiçada por vários estilistas, poucos sabem o que a levou a escolher esta carreira e que grande decisão irá tomar devido ao Festival.


Igor e Ewa já foram casados e assistem ao Festival por razões diferentes…


Todas estas personagens encontram-se em Cannes e as suas vidas interligam-se de forma inesperada.
O Autor dá-nos uma visão de um mundo diferente. O mundo da moda, do cinema, do dinheiro, de uma classe social á parte, onde tudo é possível. Um mundo de sonho… um mundo de fantasia… um mundo de pecados… um mundo onde a realidade das opções feitas é mais inacreditável do que as histórias dos filmes projectados durante o Festival.


“O pecado para o bem é uma virtude, a virtude para o mal é pecado.”…