quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os Melhores Contos Espirituais do Oriente - Ramiro Calle


“Angustiado, o discípulo foi visitar o seu mentor espiritual e perguntou-lhe com uma voz desanimada:
- Como me posso libertar, venerado mestre?
O preceptor respondeu:
- Meu amigo, e quem é que te prende senão a tua mente?”


Espanhol, pioneiro no ensino de ioga, Ramiro Calle, há mais de 30 anos que dirige o maior centro de ioga e orientalismo do seu país. Nos seus livros reúne os ensinamentos recolhidos ao longo das suas viagens e experiências. Como professor universitário, foi dos primeiros a fazer a ponte entre a medicina e a terapia ioga promovendo o uso das suas técnicas como prevenção e combate de problemas psicossomáticos.
Neste livro encontramos reunido mais de 200 contos espirituais. Todos eles trazem uma pérola de sabedoria á qual o autor soma as suas considerações e reflexões, ajudando-nos a entender e a interiorizar melhor o sentido da pequena história.
Na minha opinião este é um livro para se ir saboreando, dia-a-dia. Cada conto deve ser lido com calma, sentido e gravado nos nossos corações para que nos ajude a crescer e a amadurecer o nosso espírito. Devemos meditar em cada um com calma percebendo até que ponto ainda nos falta aquele ensinamento.
È uma óptima sugestão de leitura para as férias que se avizinham pois podemos pousar o livro facilmente entre cada leitura e nunca perdemos o fio á meada.
Boas Leituras!

“Era um discípulo de bom coração e nobres intenções, mas a sua mente era ainda um cenário de luzes e sombras, de incertezas e confusão, e não conseguia recuperar a compreensão clara e conciliadora de uma mente sem obscurecimentos. Como a sua motivação era sincera, estudava sem cessar os textos antigos e comparava credos, filosofias e doutrinas de todos os tipos. Cada vez estava mais desconcertado e questionava-se o porquê de tantos ensinamentos e vias espirituais. Por tudo isto, assim que teve ocasião de se encontrar com o seu mentor espiritual, disse-lhe, lamentando-se:
- Estou muito confuso. Não acha que existem demasiadas religiões, demasiadas sendas místicas, demasiadas doutrinas, se só existe uma única?
E o mestre respondeu com firmeza:
- O que estás a dizer, insensato! Cada ser humano é um ensinamento, uma doutrina, uma via.”