É engraçado como a nossa vivência e experiência de vida influência a nossa percepção de tudo o que se passa á nossa volta. O que vemos, ouvimos ou lemos é assimilado por nós dependendo do nosso estado emocional e da fase da vida que estamos a vivenciar no momento.
Isto tudo para dizer que li este livro pela primeira vez em Setembro de 1996 e confesso que não assimilei nada. Não é a primeira vez que escrevo sobre os livros de Paulo Coelho, sou fã, sou daquelas fãs que no dia em que o livro é posto á venda eu estou á porta da livraria, e confesso que ficou sempre um bichinho a moer o meu juízo; como é possível que eu tenha lido praticamente tudo o que o autor publicou, lido e percebido e este livro… nada, só me lembrava disso, que não tinha percebido nada.
Resolvi tira-lo da prateleira, limpar-lhe o pó e comecei a leitura. Estava a ler o livro pela primeira vez, não é que não me lembrasse da história mas desta vez foi como se uma luz se acendesse á medida que eu percorria as páginas.
O autor é mundialmente conhecido pelos seus livros de carácter espiritual, ele partilha connosco histórias que nos conectam com o nosso coração e com Deus. Pode-se dizer que este livro é um pouco autobiográfico pois Paulo Coelho conta-nos a sua experiência pessoal na busca do seu Anjo da Guarda.
Em Setembro de 1988 Paulo e a sua mulher partem para a Califórnia, mais concretamente para o deserto de Mojave, á procura do seu Anjo da Guarda, Paulo sabia que o seu Anjo da Guarda estava sempre presente, a guardá-lo e a protege-lo, mas queria entrar em contacto com ele, queria vê-lo, ouvi-lo, senti-lo…
Paulo, á muito que percorria o caminho da Luz mas a sua esposa era uma céptica, apesar disso acompanhou-o e revelou-se uma preciosa e imprescindível ajuda. O deserto revela-se um professor extraordinário e através das lições que a sua esposa vai aprendendo, Paulo relembra alguns passos básicos necessários para que se encontre cara a cara com o seu Anjo, claro que esse encontro seria impossível sem a valiosa e enigmática ajuda d”As Valquírias”.
No fim da leitura eu percebi porque é que só catorze anos depois é que este livro me fez sentido, agora eu estava preparada, os catorze anos de vivências abriram o meu coração para receber a mensagem e para sentir o meu Anjo da Guarda mais perto.
Boas Leituras!
