“Nós olhamos com perplexidade a parte mais alta da espiral de força que governa o Universo. E a chamamos de Deus. Poderíamos dar qualquer outro nome: Abismo, Mistério, Escuridão Absoluta, Luz Total, Matéria, Espírito, Suprema Esperança, Supremo Desespero, Silêncio. Mas nós a chamamos de Deus, porque só este nome - por razões misteriosas – é capaz de sacudir com vigor o nosso coração. E, não resta dúvida, esta sacudida é absolutamente indispensável para permitir o contacto com as emoções básicas do ser humano, que sempre estão além de qualquer explicação ou lógica.”
Nikos Kazantzakis (Zorba, A Ultima Tentação de Cristo)
Quem pensar que pode ver o filme e assim não precisa de ler o livro está a perder grande parte da história. Não vou dizer que o filme é mau pois estaria a mentir, os actores são de primeira linha, o cenário fantástico mas os pormenores interessantes de toda a trama são servidos tipo fast-food (rápidos e sem muitas explicações). Para mim um livro é como uma bela refeição preparada com muito amor e carinho que deve ser saboreada com o mesmo amor e carinho. O filme é só uma prova de sabor pois é impossível, em cerca de duas horas, apreciarmos todos os detalhes. Uma imagem vale mais do que mil palavras mas só quando é estática e se tem tempo para observar todos os ínfimos detalhes pormenorizadamente.
Este foi o primeiro romance do autor de “ O Código da Vinci” e, na opinião da crítica internacional, o melhor.
Há muito tempo que a ciência tenta explicar a criação do universo. Parece que o momento chegou. Um cientista é encontrado morto com um símbolo gravado a ferros no seu corpo. Robert Langdon é um professor de simbologia contactado para ajudar a decifrar o estranho desenho.
No Vaticano o Papa foi recentemente sepultado e o Colégio dos Cardeais está reunido para a eleição do novo Papa. Quatro Cardeais desaparecem e uma ameaça de bomba é feita aos alicerces da religião católica. Uma antiga Irmandade supostamente extinta reaparece para abalar a Igreja.
A Guarda Suiça conta com a ajuda do Professor Langdon e da cientista Victoria Vectra para encontrar o verdadeiro culpado por trás destes estranhos acontecimentos.
Muitas das personagens do livro foram reinventadas para o filme perdendo-se assim muita da riqueza da obra.
Dan Brown foi professor de inglês durante muitos anos antes de conseguir realizar o seu sonho de se tornar escritor. Filho de um matemático, cresceu rodado de livros de filosofia, ciência e religião o que contribuiu para a sua formação e para a elaboração das suas obras.
Estou certa de que “Anjos e Demónios” terá o mesmo sucesso literário e cinematográfico de “O Código da Vinci” mas apelo mais uma vez a que leiam o livro pois vale mesmo a pena, quanto mais não seja pela descrição do Vaticano dos seus rituais, leis e obras de arte.