Morre lentamente
Quem não viaja
Quem não lê
Quem não ouve música
Quem destrói o seu amor-próprio
Quem não se deixa ajudar...
Morre lentamente
Quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova,
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem não vive uma paixão,
Quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is"
a um turbilhão de emoções indomáveis
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite, uma vez na vida,
Fugir aos conselhos sensatos.
Morre lentamente
Quem passa os dias queixando-se
Da má sorte ou da chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de o iniciar.
Não perguntando sobre o assunto que desconhece
E não esperando quando lhe indagam o que sabe.
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