- Mestre, o que hei-de fazer para não me aborrecer com as pessoas? Umas falam demais, outras são ignorantes... Outras são indiferentes. Fico indignado com as mentirosas! Sofro com as dissimuladas...
- Pois bem, vive como as flores! - advertiu o mestre.
- Como é viver como as flores? - perguntou o colaborador.
- Repara nestas flores... - continuou o mestre, apontando para uns lírios que cresciam no jardim.
- Elas nascem no estrume, no entanto, são puras e perfumadas! Extraem do adubo malcheiroso tudo quanto é útil e saudável para elas, mas não permitem que a amargura da terra lhes manche a frescura das pétalas... É justo que alguém se angustie com as suas próprias culpas... Mas não é sábio permitires que os vícios dos outros te importunem. Os defeitos deles são deles e não teus. Se não são teus, não há razão para te aborreceres. Experimenta antes a virtude de rejeitares todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores!!!
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