segunda-feira, 2 de junho de 2008

Banida - Jasvinder Sanghera


Muitas podem ser as razões que nos levam a comprar um livro: alguém nos aconselhou; lemos ou ouvimos falar dele; procuramos um livro de determinado assunto; temos de o comprar devido aos estudos; etc. etc. etc.
Eu comprei este pelas cores da capa. A primeira atracção foi pelas cores, só depois procurei o assunto.
Pelo título percebi tratar-se de um assunto que me interessa, a discriminação, em pleno século XXI, da mulher.
Como é possível que se continue a discriminar um ser humano pelo simples facto de ser mulher?!
Não interessa que tipo de pessoa é, o que faz ou o que sente, é simplesmente mulher e por isso é discriminada.
Como é possível que seres humanos discriminem outros seres humanos sem se lembrarem que, (sem contar com milhares de outras razões igualmente pertinentes), vieram ao mundo porque esses seres humanos que discriminam os geraram e os amaram incondicionalmente mesmo antes de saberem que género de ser humano ia nascer e em que tipo de ser humano se iria tornar.
A autora deste livro conta-nos como foi banida da sua família pelo simples facto de não aceitar o casamento que lhe arranjaram pois queria muito estudar e realizar coisas que estavam banidas ás mulheres da sua etnia.
Jaasvinder nasceu em Inglaterra, filha de pais indianos. Vivia feliz, tentando conciliar os hábitos e costumes da cultura indiana com os hábitos e costumes dos seus amigos e vizinhos ingleses.
Por volta dos 14 anos a Mãe mostra-lhe uma fotografia de um homem mais velho e anuncia que em breve ela partirá para a Alemanha para se casar com um Indiano mais velho.
Jaasvinder vê-se obrigada a fugir, a esconder-se e a trabalhar. Foi banida pela família e pela comunidade. Os pais deixaram de lhe falar e as irmãs nem um olhar com ela trocavam. Nem o suicídio de uma das irmãs, que era constantemente maltratada pelo marido e que por diversas vezes pediu ajuda aos pais, os fez perdoarem-lhe a ousadia que ela teve de escolher o que pensava ser melhor para ela.
Jaasvinder apercebe-se que as mulheres da sua comunidade são muito maltratadas e que não conseguem pedir ajuda pois a maior parte não fala nem entende a língua inglesa.
Estudou ao mesmo tempo que trabalhava, casou duas vezes, teve três filhos e conseguiu licenciar-se aos 29 anos. Fundou o “Karma Nirvana”, uma fundação que, além de um abrigo para mulheres asiáticas, também ajuda na divulgação dos direitos das mulheres, vítimas de casamentos forçados, violência doméstica e crimes de honra.
Jaasvinder Sanghera foi agraciada com vários prémios de índole social e humanitária pela sua luta pelos direitos humanos das mulheres asiáticas em Inglaterra.

1 comentário:

Anónimo disse...

eu já li esse livro, tenho quase 15anos e fiquei surpreendida como uma rapariga com a mesma idade que eu tenha uma vida tão complicada mas conseguiu chegar tão longe!