segunda-feira, 21 de julho de 2008

SER COMO O RIO QUE FLUI - Paulo Coelho


São cada vez mais os livros de auto ajuda publicados.
Tentam ensinar o melhor método para se obter um sem número de coisas que pensamos precisar para encontrar a felicidade.
Confesso que sou leitora assídua de vários autores desse tipo de literatura, não sendo fanática, acho que alguns nos ajudam a mergulhar dentro de nós, a meditar na nossa vida, a descobrir a nossa essência, em quem verdadeiramente somos, como nos apresentamos aos outros e como reagimos perante a vida.
Já aqui confessei a minha paixão pelos livros de Paulo Coelho, apesar de ele não se enquadrar propriamente como autor de livros de auto ajuda, a mim ajudou-me imenso e resolvi recomendar-vos este pois está cheio de pequenos e saborosos contos, ideias e opiniões do autor que pedem para ser lidos com calma, saboreados, meditados, sentidos, um de cada vez, acompanhados pelo barulho das ondas, das árvores ou de uma música suave.
Na minha humilde opinião, ler e meditar num lugar confortável ao som da natureza ou de uma música suave é um momento sagrado que todos devíamos praticar assiduamente.
Podemos começar por meditar no título do livro: o que significa ser como um rio e fluir pela vida? (há mais de um ano que ando a meditar nisto, e no que li e já reli do livro)
Um dos contos chama-se “Gengis Kahn e o seu falcão” e é das coisas mais bonitas que li sobre a amizade “- Mesmo quando um amigo faz algo de que tu não gostas, ele continua a ser teu amigo.” Fiquei, e ainda fico perplexa com a quantidade de pensamentos e considerações que esta frase me provoca.
Não resisto a transcrever aqui um pequeno conto, para aqueles que não vão ler o livro, pelo menos tenho a esperança que leiam este conto e que meditem no assunto:


“Olhando para o jardim alheio”
«“Dai ao tolo mil inteligências, e ele não quererá senão a tua”, diz o provérbio árabe. Começamos a plantar o jardim da nossa casa e – quando olhamos para o lado – reparamos que o vizinho está ali, a espreitar. Ele é incapaz de fazer alguma coisa, mas gosta de dar palpites sobre como semeamos as nossas acções, plantamos os nossos pensamentos, regamos as nossas conquistas.
Se prestarmos atenção ao que ele está a dizer, acabaremos a trabalhar para ele, e o jardim da nossa vida será ideia do vizinho. Acabaremos por esquecer a terra cultivada com tanto suor, fertilizada por tantas bênçãos. Esqueceremos que cada centímetro de terra tem os seus mistérios, que só a mão paciente do jardineiro é capaz de decifrar. Já não prestaremos atenção ao sol, à chuva e às estações – para ficarmos apenas concentrados naquela cabeça que nos espreita por cima da cerca.
O tolo que adora dar palpites sobre o nosso jardim nunca cuida das suas plantas.»



E que tal se todos nos esforçássemos por fazer um bonito jardim da nossa vida sem nos preocuparmos com o que o vizinho faz no jardim dele?


Continuação de boas férias…

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